Em abril do ano passado, um representante do The Guardian visitou os sets da adaptação de Enigma do Príncipe. Para o nosso deleite, faltando poucas semanas para o lançamento de dito filme, o jornal britânico hoje libera um excepcionalmente extenso set report da visita.
Além das corriqueiras descrições dos cenários, o artigo contém, no decorrer de suas 6 páginas, entrevistas interessantes com os jovens atores Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Tom Felton, Bonnie Wright, o aclamado Jim Broadbent, o diretor David Yates e os produtores David Heyman e David Barron.
Sobre as atuações no novo filme, aliás, o diretor disse:
“Você não tem boas atuações tratando os atores como fantoches. E os atores
geralmente confiam em mim. À medida que as crianças crescem, se torna mais
divertido lidar com elas. Elas me impressionam a todo momento. Apesar do fato de
que elas estão no centro deste extraordinário evento popular-cultural, são
realmente centrados, equilibrados, perceptivos, engraçados. São verdadeiramente
fabulosos.”
Como bônus, o artigo também trouxe uma nova imagem dos bastidores. Desta vez, podemos ver Evanna Lynch empunhando a varinha de sua personagem, Luna, e conversando com o protagonista Radcliffe. Você já pode conferir a imagem logo abaixo:
[ATL]No que concerne a entrevista, assim que sair a tradução do texto disponibilizaremos na íntegra o mais rápido possível. Aguardem!
Tradução da reportagem do The Guardian sobre Enigma do Príncipe
Por Oclumencia
Algum lugar longe do estúdio, Emma Watson está xingando, “Oh, droga”, ela diz, “Eu disse as falas erradas.” Ela olha para seu script. “Podemos tirar isso?” Ela olha para baixo da torre de Astronomia para o diretor David Yates. Ele gentilmente a guia através da cena na qual sua personagem, Hermione Granger, está conversando com Harry Potter sobre a alma de Voldemort. Harry parece muito sério. “Eu não vou voltar, Hermione… Tenho que terminar o que Dumbledore começou.”
A ação pára novamente. Watson se focava no script. Yates e Daniel Radcliffe discutem o estado de espírito do Harry. Radcliffe pode ter feito sua estréia em Harry Potter e a pedra filosofal, em 2001, quando tinha apenas 12 anos, mas ele ainda, ao que parece, tenta encontrar seu caminho para fazer o personagem. Yates fala dele através dele. “Harry está em uma fria, em um local escuro no momento, mas gostaria de precaução contra a melancolia… você tem que ter certeza que Harry não é pesado, mas sim um fluido, livre.
É um lugar enorme onde elenco e produção tem bicicletas pra se deslocar de uma locação a outra. Em algum lugar aqui há o maior tanque de filmagem da Europa; Radcliffe passou seis meses aprendendo a mergulhar para uma cena embaixo d’água em Cálice de Fogo. Quando me viro à esquerda por um minuto ou dois para a imprensa oficial hiper vigilante, imaginei se encontraria um caminho fora de Hogwarts. Mas a imprensa oficial rapidamente retornou e continuou o tour guiado para a mofada, fria e escura sala de estar dos Weasley (que cheirava, curiosamente, a produtos de limpeza), passava-se tapetes enrolados e edredões e em direção ao Salão Principal.
Apesar de que nada a ver com Harry Potter é feito em baixa escala - jogada de uma figura fortuita, a criadora JK Rowling ganhava mais de 5 euros por segundo no ano passado - o Grande Salão ainda é impressionante. Essa é a verdadeira coisa, um hall escolar cavernoso que serve comida de verdade durante as filmagens é a forma mais barata e mais realística de fazer uma cena dessa. As longas mesas estavam alinhadas em beleza, madeira sólida e então estropiada pelo departamento de arrimos em nome da autenticidade.
Em todo lugar, novos sofás foram feitos com navalhas pela mesma razão [em nome da autenticidade]. Mais de 1.200 pessoas estão trabalhando nos sets. No departamento de arte, mesas estão sendo decoradas de acordo com os modelos do Grande Salão da escola e dos dormitórios de Hogwarts.
É impossível não ficar impressionado com o mundo Potter. É em parte a dimensão da mesma – mais de sete milhões de copias de Harry Potter e o Enigma do Príncipe foram vendidos na América dentro de 24 horas após a sua publicação; os cinco primeiros filmes ganharam 4,5 bilhões de dólares nas bilheterias – mas é também o interminável positivismo do elenco Potter e da equipe técnica. Mesmo David Heyman, co-produtor de todos os filmes Potter, admite que seja incomum, “Soa como se eu fosse parte de um culto quando falo sobre os filmes, mas todos os envolvidos são sós incrivelmente legais. Isso nunca vai acontecer de novo, nessa pequena ilha de produção de filmes onde a única pressão é aquela a qual nós a exercemos sobre nós mesmos.”
Eu perguntei ao Yates cautelosamente contra a melancolia quando Harry e Hermione estavam no topo da torre de astronomia rindo. O Enigma do Príncipe é mais divertido que os livros anteriores, o qual me deu rédea para ser um pouco mais estúpido. Mas eu prefiro, na verdade, em fazer o lado mais obscuro das coisas. Eu não sou tão confortável em ser divertido. Um dos trabalhos de David Yates nesse filme é me fazer eu ver que isso não é sempre obscuridade nas cenas,eu tenho em mente que escuridão em um personagem equaliza credibilidade e que claro, não é este caso.”
Dan [Radcliffe] tem muito um seco senso de humor, então ele é muito bom em comédias leves. O Enigma do Príncipe é muito mais leve que Ordem da Fênix; é muito mais uma comédia romântica.”
Harry Potter é um filme de comédia? Yates riu. “Sim, absolutamente! É um filme de comédia em partes. É um olhar brilhante na sexualidade jovem política. Isso pode terminar com uma batalha apocalíptica de morte, mas começa com um filme de comédia. Eu acho que o público precisa sentir que não estão tendo a mesma experiência sempre.”
Ele teve diversão dirigindo os Potters? “Ah Deus, sim. Tive muita… eu tenho muita diversão. E este irá ter uma tonalidade diferente. Este fará sentir mais brincadeiras, mais magia, mais emoção. Nós estamos muito empolgados com este.
Embora cada um dos livros de J.K. Rowling tenha cativado milhões de pessoas em todo o mundo, não é um dado que os filmes vão continuar fazendo o mesmo. Será Yates não sente que há um perigo nos filmes, de que eles estejam ficando cada vez mais banais? Ele sacode a cabeça enfaticamente. “Há três coisas que irá parar Potter de se tornar banal. Sou muito agitado e não vou deixá-lo cair em um congelamento. A fonte material de Jo Rowling é infinitamente evoluída e o sétimo livro, o último, é um grande passeio. Não se pode sentir banal, porque uma boa história é uma boa história. Terceiro, o que sempre mantém os filmes frescos é o fato de que você está vendo os atores envelhecerem em tempo real. ”
O escritório de Heyman em Leavesden é decorado com sofá de couro e caderias brancas, uma mesa de centro e um grande Mac. Casualmente vestido uma camiseta, jeans e botas de couro, ele exibe um não óbvio sinal de saúde - ainda está aqui o homem que trouxe o primeiro livro à Warner Brothers. Apesar de A Pedra Filosofal ter estado em uma posição de baixa prioridade, o secretário de Heyman levou o livro para casa em um fim de semana e retornou ao trabalho arrebatado sobre isso. “Eu o li e me cativei”, disse Heyman. A escrita era tão vívida e os personagens tão fáceis de descrever: Harry o deslocado; Hermione a sabe-tudo, Rony de um agrande família, a batalha entre bem e mal. “Eu fui a uma escola como Hogwarts, mas sem a magia.”
E talvez seja essa a chave do sucesso dos filmes: os produtores David Heyman e David Barron criaram o que mais recentemente se descreve como “nossa realidade”. O elenco jovem nunca foi permitido desenvolver tal atitude. Cada novo diretor teve que ficar entre os perímetros do mundo tão cuidadosamente construído em Leavesden; portanto, não há uma sala para um diretor individual para tirar um vôo de imaginação. E a continuidade do elenco e produção é impressionante; embora Radcliffe inicialmente tenha assinado para os dois primeiros filmes e debateu seriamente em fazer o terceiro e quarto, ele finalmente assinou contrato até o fim.

















































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